Recessão: perigo ou oportunidade?
Um ambiente de recessão apresenta diversos perigos para as organizações. E oportunidades.
O caminho certo é se assustar ou se preparar para ganhar mercado? Os que se assustam com o prognóstico de uma recessão são aqueles que foram reativos até o presente momento.
Perceba: cenários de crise se insinuam por anos. E, se o pior ainda está por vir, por que os empresários, em geral, não se prepararam?
Amigo leitor, temos aqui dois perfis de gestores a analisar (Vamos excluir aqueles que trabalham em mercados estáveis, commodities ou no setor financeiro, nos atendo à nossa realidade – somos predadores disputando cada palmo do mercado):
- Inovadores, que buscaram novas técnicas e estratégias para guiar seus negócios (e esses, apesar de todo o cenário negativo, não estão com medo).
- Reativos, que quando surge uma variação econômica se assustam, demitem, perdem grande parte de sua rentabilidade e correm atrás de soluções mágicas para seus negócios.
Para uma empresa em um mercado altamente competitivo, só interessa a inovação. Sim amigo, você precisa inovar e se diferenciar, seja em termos de produtos, serviços, logística ou a gestão de tempo de qualidade dos seus clientes.
John D. Rockefeller, um dos gigantes da história da indústria, teve seu auge nos negócios justamente quando seus concorrentes se desesperaram com a crise econômica sem precedentes que atingia seus negócios. Com sua empresa, a Standard Oil, chegou a refinar quase 90% do petróleo mundial.
E por quê? Porque a crise era uma oportunidade de expandir seus negócios: de comprar empresas em situação falimentar, de impor negociações desiguais a seu favor. Ele estava preparado para a crise e havia planejado todos os detalhes do seu processo de expansão. Os demais foram tragados por um cenário econômico desfavorável.
No Brasil temos o exemplo do Plano Collor: quando este abriu a economia brasileira, retirando proteções econômicas clássicas que tornavam confortável a situação do empresariado brasileiro, a ampla maioria destes empresários simplesmente faliu.
Quem sobreviveu?
Quem modernizou sua produção, quem investiu se preparando para competir no mercado internacional.
A última década parece ter anestesiado muitos dos empresários brasileiros. O crescimento do crédito, a entrada de consumidores antes excluídos do mercado, um sentimento de “bonança econômica” engessou diversos empresários no país. E agora esses empresários estão com medo na recessão.
Se você não é um inovador, busque auxílio. Contrate pessoas de excelência para sua equipe. Modernize sua gestão agora e tente resistir à tempestade que se aproxima.
Com certeza a ampla maioria dos seus concorrentes agora está apertando o cerco às suas equipes comerciais, fazendo promoções e tentando resistir no mercado perdendo o mínimo de rentabilidade diante da recessão. Mas essas ações desgastam as equipes, extenuam as negociações com seus clientes e fornecedores. Se a situação econômica se agravar e a crise chegar ao nosso país com a força que alguns analistas prevêem, em breve essas ações de simples ajuste de custos e de vendas serão insuficientes até para a garantia a obtenção de margens mínimas de rentabilidade.
O caminho é modernizar sua gestão. Modernizar não necessariamente envolve tecnologia amigo: envolve práticas e estratégias. Envolve pensar o seu negócio e o futuro do seu mercado. A entrada ou saída de certos mercados, a gestão do mix de produtos e serviços, assim como a gestão eficiente de sua equipe e de sua carteira de clientes.
Você ainda tem tempo, mas corra!
Agora uma dúvida para você responder: qual vai ser sua versão sobre as dificuldades dos próximos anos? A de quem venceu, se diferenciou da concorrência e teve seu auge com a queda da ampla maioria dos concorrentes ou a versão daquele que faliu porque a economia estava ruim para seus negócios?
Sorte é para os despreparados. Prepare-se para que apenas seus concorrentes se agarrem a ela.
O autor é consultor da IDATI CONSULTORIA E TREINAMENTO