O Brasil está em crise. E agora?

Não é novidade para nenhum empresário brasileiro que a situação do mercado nacional está complicada. A falta de resultados tangíveis do governo atual trouxe recuos por parte da sociedade no que tange investimentos.

A situação é bastante complexa. Mas posso afirmar que esperar pela aprovação de projetos e reformas é um erro. E esse erro está sendo o padrão nos negócios nacionais.

Por que é um erro?

Porque reflete falta de capacidade estratégica. Perceba, a competição segue, o mercado segue, mesmo que menos aquecido. A concorrência nesse momento é maior que em ambientes de bonança econômica.

O que os gestores estão esperando? Que milagrosamente a economia volte a crescer para que todos tenham maiores fatias de mercado devido ao aumento da demanda?

Isso é estratégia?

Tenho ouvido dois tipos básicos de relatos, totalmente antagônicos, de empresários com visões antagônicas:

  1. Enquanto reformas não forem aprovadas, as medidas básicas são enxugamento de custos e redução de estoques, mesmo que isso acarrete a piora dos serviços prestados e estagnação da carteira de clientes.
  2. Enquanto os concorrentes estão apertando os cintos e piorando sua prestação de serviços, nós estamos investindo em processos, inovação e em serviços cada vez mais qualificados, ganhando mercado e aumentando a carteira de clientes.

Você consegue ver a diferença entre ser reativo e proativo em um mercado em crise?

Se sua empresa está em uma situação difícil, possivelmente muitos de seus concorrentes estão enfrentando o mesmo cenário. Em geral o empresário brasileiro é reativo. Mas existem empresas crescendo e aumentando sua participação no mercado. Tendo lucros enquanto outros estão fazendo grandes sacrifícios para pagarem suas contas.

Não são raros os empresários que nesse momento estão investindo recursos próprios em suas empresas, de maneira a manter o caixa positivo, mesmo que de maneira artificial. É perceptível que a ampla maioria dos gestores não foi capaz de buscar alternativas para aumentar a competitividade de suas organizações.

Não previram a crise. Não se adaptaram ao novo cenário. E hoje esperam que o Governo resolva seus problemas.

Mas a incompetência organizacional é independente do governo.

Existem 4 pilares básicos para as organizações: Estratégia, Estrutura, Processos e Pessoas. E qualquer gestor minimamente atento deseja melhoras esses pilares, de forma a tornar a empresa mais competitiva.

Reformas tributárias e enxugamento de barreiras burocráticas tendem a melhorar o cenário econômico brasileiro. Mas a incompetência interna das organizações não será sanada, apenas maquiada.

Não gosto de analogias, mas vamos simplificar a situação: sua organização está em guerra com outras organizações por clientes, por lucros, por presença no mercado. E nesse terreno inóspito de batalha, que é o mercado atual, a opção é por entrincheirar seus exércitos, reduzir investimentos em tecnologia e processos? Sua estratégia de guerra é esperar as condições climáticas melhorarem para deslocar sua infantaria?

Melhores condições irão lhe ajudar. Mas irão ajudar seus competidores também.

Se você optar por melhorar seus 4 pilares agora, você se tornará mais competitivo, independente das condições externas. Na verdade, já deveria ter feito esse trabalho, assim como aplicar um processo de melhorias contínuas, buscando ser cada vez mais forte e mais independente das situações que a economia apresenta.

Se seus clientes não estão comprando suas soluções nesse momento, você precisa encontrar novos clientes ou oferecer novas soluções. Precisa encontrar maneiras de ser mais competitivo e sufocar ainda mais seus concorrentes.

Crises são grandes oportunidades.

Seus “inimigos” estão fragilizados. Optar por se fragilizar também e esperar que o ambiente melhore para todos é um erro sepulcral. Sua empresa deve ser mais inteligente, mais ágil. Deve ser mais combativa.

Você precisa melhorar seus pilares AGORA. Precisa fazer algo diferente AGORA. E precisa mudar sua postura reativa AGORA.

Quanto tempo suas reservas irão manter sua empresa nessa guerra de trincheiras?

Faça investimentos inteligentes. Reinvente sua forma de batalhar pelo mercado.

Ou espere que seu concorrente o faça. E sinta os efeitos de uma guerra com técnicas que você desconhecia. Com ações para as quais você não se preparou.

Lembre: Sun Tzu, em a Arte da Guerra, trata de nunca pressionar um inimigo em uma área geográfica que não lhe dá rotas de fuga, que seja para alguns dos membros do exército rival, pois o mesmo irá lutar até a morte naquele território e a batalha será ainda mais feroz, com muito mais baixas para seu exército.

O que quer dizer isso?

Quer dizer que o ponto de desespero está chegando para muitos exércitos (empresas). 

E eles batalharão para se manter vivos, com queimas de estoques, preços com margens mínimas ou até negativas, desde que consigam um fôlego para seu fluxo de caixa e respirem por mais alguns meses.

Essas batalhas são terríveis para todos. E seus efeitos podem ser devastadores a curto e médio prazos. E você vai estar sujeito a elas quando resolver sair de suas trincheiras ao mesmo tempo que seus concorrentes.

Se é que não está passando por isso agora mesmo.

É a hora de ser inteligente. Fortaleça seus pilares (Estratégia, Estrutura, Processos e Pessoas) e parta para a dominação do mercado antes que seja engolido pela barbárie das batalhas de empresas reativas tentando sobreviver no mercado.

O autor é consultor da IDAti Consultoria e Treinamento

https://www.idati.com.br/educacao

 

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