Medidas para uma empresa sobreviver ao cenário atual

Vivemos em um cenário de alta complexidade para negócios. E não só especificamente no Rio Grande do Sul, vitimado por uma tragédia sem precedentes, mas no Brasil em si, cada vez mais engessado em políticas econômicas que oneram cada vez mais as empresas e a própria população. Se você ainda não agiu, precisa urgentemente tomar as rédeas do seu negócio e tomar decisões difíceis, mas imprescindíveis. Afinal, quais as medidas para uma empresa sobreviver ao cenário atual brasileiro?

A lógica por trás da mecânica de sobrevivência é única: sua operação precisa ser eficaz

Sua empresa precisa estar no limite máximo da competência possível. Analise seus recursos financeiros, humanos e operacionais. Onde estão seus problemas?

Se está sem recursos de caixa, cuidado com o endividamento. Não contraia dívidas na esperança de tempos melhores, não crie estoques de produtos com baixo giro. Foque sua operação em produtos de alto giro e com maior margem. Se trabalha com serviços, não é a hora de investir em novos equipamentos com um longo retorno sobre o investimento ou mesmo em uma reforma mais robusta da sua base de operações.

Apenas invista no que é chave para seu faturamento de curto prazo.

Cenários de crise envolvem inflação, aumento das taxas de juros e inadimplência por parte de seus clientes. Não gaste mais do que é necessário, não invista em operações com longo prazo de retorno. Cuidado ao fornecer crédito direto com parcelamento em suas vendas. É melhor você pagar taxas sobre vendas à crédito bancário do que correr maiores riscos com a possível inadimplência dos seus clientes.

Agora vamos olhar para as pessoas da sua empresa. Quem realmente tem uma performance de excelência e quem apenas faz o mínimo de entregas demandadas pelo seu gestor direto? É hora de olhar com uma lupa para o trabalho das pessoas na sua organização e medir a performance dos seus colaboradores e equipes.

Tendemos a nos sentirmos confortáveis em nossa gestão de pessoas, acreditando que uma equipe consolidada é realmente eficiente, assim como seus gestores diretos. E isso pode ser um erro grave.

Vivemos em uma sociedade altamente tecnológica, onde temos diversos recursos para automação ou terceirização de tarefas. Sua equipe deve ser excelente no que é realmente o núcleo bruto do seu negócio. O que não é relevante para sua operação, com resultados tangíveis nas entregas para seus clientes, possivelmente pode ser automatizado ou terceirizado.

Quais as atividades que têm baixa relevância para seu negócio?

Analisando pelo ângulo de relevância para o negócio, analise a performance da sua equipe e você vai perceber o alto índice de atividades irrelevantes que tomam seu tempo. E tempo é um ativo muito caro para ser desperdiçado. Faça um redesenho das atividades da equipe e direcione sua gestão à melhora da performance nas entregas para os clientes, o que fatalmente irá acrescentar lucratividade ao negócio.

O que não for vital para aumento de performance deve ser automatizado ou terceirizado. E sua equipe será mais enxuta e eficaz. Lembre da Regra de Pareto, onde 20% dos esforços equivalem a 80% dos resultados. Aumentando o percentual de esforços no que realmente é importante, seus resultados serão certamente muito melhores.

Para um correto redesenho de esforços, é importante você fazer uma análise de processos na sua empresa. Processos mal desenhados remetem a operações ineficazes. Pergunte aos seus colaboradores o que mais toma seu tempo dentro da burocracia da empresa. Faça uma análise de processos da sua logística, da manutenção e da produção. Siga pelas demais áreas até chegar na análise de processos de vendas.

Se sua análise de processos for elaborada de maneira realmente sólida, serão encontrados diversos gargalos, processos e mesmo funções que nem deveriam existir.  A aplicação de técnicas que envolvam melhoria contínua, tais como o uso do PDCA, podem ajudar no redesenho de funções. Porém, cuidado: já vi empresas emperradas na burocracia implementada pela má utilização do PDCA …. aplicadas justamente por uma das maiores consultorias especializadas do país na área, o que é lamentável, mas mais comum do que deveria.

Sobrevivência exige agilidade, criatividade. A burocracia é inimiga da inovação.

Falamos em 3 pilares até aqui: Financeiro, Pessoal e Operacional. Portanto, nos falta o quarto pilar fundamental: a Estratégia Organizacional.

Se você está lendo esse artigo, possivelmente é um gestor ou empreendedor. Desenvolver estratégias exige um foco externo à sua empresa. Você precisa olhar para o mercado internacional, nacional, regional e local e analisar o que seus clientes precisam e novas formas de entregar suas soluções. O que há de novo na tecnologia que pode ser utilizada na sua empresa? O que empresas do exterior estão fazendo? O que você pode aplicar em seu negócio para melhorar sua performance? Tudo isso exige tempo. Muito tempo do gestor.

Como não podemos criar um clone, onde um estuda e o outro trabalha, você precisa melhorar sua própria gestão de tempo. Quais são as atividades que você pode delegar? O que não é fundamental para criação de valor para seus clientes que você está fazendo?

Vamos ser claros:  com o que você está perdendo tempo?

Sim, você está. Já falamos sobre Pareto e seus 20-80. Estudar não é perder tempo, muito pelo contrário. Mas confesso que em minha experiência de consultoria raros foram os gestores, diretores e CEOs que estudavam constantemente, que se atualizavam como hábito, pois “não tinham tempo”.

Quem não tem tempo não se torna estratégico, não formula estratégias. É só mais uma peça em uma engrenagem que sucumbirá à primeira crise. Reflita comigo: bons marinheiros se conhecem no bom ou no mau tempo? E estudar são as horas de mar revolto de um gestor para enfrentar novas tempestades.

Sua estratégia envolve inovação. Envolve aniquilação de concorrentes. Envolve uma experiência ímpar para seus clientes via suas soluções. Essa é a parte mais importante de qualquer negócio e os líderes “não tem tempo” para analisar o mercado, tecnologias, soluções e estudos para melhorar suas próprias performances?

Talvez a principal medida para sua empresa sobreviver à crises seja você se atualizar constantemente. Ou vai precisar de um consultor experiente em cenários de crise.

Vou deixar algumas recomendações para você:

  1. Meu livro “Gestão da Mediocridade: a Estratégia Comercial na Guerra pela Inovação”. Trata-se de um verdadeiro manual de guerra, tanto para sobrevivência quanto para o crescimento da sua empresa, mesmo em cenários de crises.

Reflita sobre o que conversamos aqui, faça anotações sobre o que conversamos e comece a aplicar hoje mesmo a análise da sua empresa nessa fase tão turbulenta.

Bons negócios!

Alex Kunrath é Líder de Projetos da IDATI Consultoria e Treinamento, empresa especializada em Reestruturação Comercial.

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