Tomada de Decisões em tempos de crise

A situação brasileira exige dos gestores a capacidade de tomada de decisões, muitas das quais nem um pouco fáceis. E esse é o foco deste artigo, buscar auxiliar você gestor em seu processo decisório, com técnicas de alta efetividade.

Iniciando nossa análise, é necessário segmentar seu processo decisório:

Decisões Estratégicas
Decisões sobre Pessoas
Decisões sobre (des)Investimentos

Vamos em frente.

Decisões Estratégicas

Situações de crise econômica e social fazem com que as empresas reinventem diversas de suas sistemáticas de atuação. Não existem oceanos azuis nesses momentos, todos estamos sofrendo com um ambiente recessivo.

Portanto, é fundamental que você pense sobre o futuro da empresa para melhor definir seu processo de tomada de decisões: como a empresa precisará ser daqui para frente?

Tornou-se impositivo que as empresas se adaptem ao modelo de Marketing 4.0, especialmente no que tange o modelo Onicanal (ou Omnichannel), isso é, molde sua atuação em modelos híbridos de marketing analógico e digital. É fundamental a partir de agora modelar seu negócio para atuação online e offline.

Como?

Pense em seus clientes atuais e potenciais clientes futuros. Como melhor atendê-los? Como tornar seus processos mais digitais sem perder a essência do seu atendimento? Como se manter competitivo, com diferenciais atraentes e um custo justo?

Esse é o pilar fundamental do processo decisório, pois não admite erros. Uma estratégia é desenhada para anos, não para o momento. Uma mudança agora nos rumos da sua empresa são a aposta no sucesso ou fracasso de sua operação.

Estude o mercado nacional e internacional. O que empresas do seu segmento tem feito para inovar? O que empresas de outros segmentos tem de exemplos para você? Busque exemplos que subsidiem sua tomada de decisões.

No final do artigo eu vou lhe deixar o link de uma palestra que ministrei sobre Projetos Estratégicos. Se você quer se aprofundar no tema, é uma oportunidade única. Salve o link se estiver com tempo contado agora, pois será preciso uma hora de imersão.

Não caia na tentação de encontrar soluções mágicas. “Marketing digital”, formulismos, uso de redes sociais … tudo depende de uma estratégia muito bem consolidada ANTES de partir para a utilização de qualquer ferramenta. Quando o sangue está no mar, os tubarões aparecem. E esses vendedores de “soluções mágicas” são os tubarões da crise.

Vou deixar um pilar já definido em suas decisões estratégicas: se adapte à novas tecnologias e à sistemáticas integradas, online e offline, para ampliar sua atuação junto aos clientes. Você precisa rever seu modelo de negócios.

Caso seu negócio seja online, invista na experiência do seu cliente. Como você pode transformar o processo de compras do seu cliente em algo mais prazeroso e completo, com informações, com interação, com um “uau” no recebimento de seu produto/serviço?

Experiência e Tecnologia. Dois pilares fundamentais de sua tomada de decisões. Foco.

Decisões sobre Pessoas

Traçada a estratégia e analisadas as soluções para o aumento da experiência positiva de seus clientes e selecionadas as soluções tecnológicas, é hora de analisar friamente sua equipe.

Quais colaboradores possuem condições de se adaptar ao novo modelo da empresa?

Não é algo fácil de aferir à primeira vista. Deixe seu feeling em segundo plano. Quero que você, ou seu RH, analise um a um deles diante de critérios técnicos. Analise as seguintes questões:

Quais as funções que as pessoas irão assumir daqui por diante?
Quais as habilidades que essas funções exigem?
Quais comportamentos que essas funções exigem?
O que falta para cada colaborador se adequar à nova função?

Planilhe. Crie um ranqueamento de qualificações de 1 a 10 e uma estimativa de quanto tempo será necessário para cada colaborador se adaptar, além, é claro, de quanto irá custar tal capacitação.

Agora você terá claro o mapeamento dos seus recursos humanos diante dos novos desafios.

Guie sua tomada de decisões sempre baseadas nesses critérios, não baseadas em afinidades. Não estamos no Big Brother Brasil, estamos buscando a sobrevivência da sua empresa. Quais os colaboradores estão mais preparados para o novo modelo de negócios? Quem não está e será mais caro manter e treinar para quem sabe se adaptar?

Treine. Contrate. Demita. Sempre dentro de critérios pré-estabelecidos. Essa não é uma decisão moral, é uma decisão gerencial. Seja um gestor e não deixe tartarugas sobre postes dentro da sua empresa.

Decisões sobre (des)Investimentos

Dentro da sua nova estratégia, você fatalmente irá modificar sua estrutura. Porém, sua decisão pode ser de reduzir suas operações, focando em um grupo mais específico de clientes sua atuação. Uma rede de lojas pode resolver fechar algumas filiais e focar mais esforços em vendas online. Um restaurante de 200 lugares pode optar por atender a menos clientes presencialmente e criar uma sistemática de delivery. Uma fábrica pode optar por enxugar seu mix de produtos.

Portanto, voltamos aos pontos-chaves da estratégia: experiência e tecnologia.

Se necessário para melhorar a experiência e a tecnologia, invista. Aprimore seu orçamento, mesmo em uma época de crise, e faça o que for necessário para manter sua organização competitiva. Ou você faz isso agora ou irá sofrer os efeitos no futuro, talvez de forma irreversível.

Corte gastos no que não for lhe tornar mais competitivo. Você precisa migrar para um formato Onicanal, portanto não ceda aos impulsos de “manter tudo como sempre foi”. O que foi não será o futuro.

O mercado está mudando radicalmente. O comportamento dos consumidores está mudando radicalmente. O que você deve fazer com sua tomada de decisões?

Inovar é fundamental para sobreviver no novo mercado.